quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Diz-me com quem andas?

Estamos de volta a uma velha questão filosófica? Pode parecer, mas podemos aproveitar a frase bem conhecida para analizarmos um pouco e efeito do meio sobre as pessoas, em particular no campo profissional.

Ter ambições faz parte das premissas de desenvolvimento profissional. Claro que esta premissa é apenas um ponto de partida e deve ser entendido que ter ambições não muda em absolutamente nada a vida de um profissional. O que muda a vida são as ações tomadas em função das ambições.

"O homem original é uma espécie de animal tranquilo, movido por poucas necessidades, indiviso, sem coerção e, consequentemente, feliz, ligado apenas ao presente. Mas permanece "estúpido e limitado". (Pierre Burgelin no prefácio da obra de Rousseau - O Contrato Social).

A frase acima soa um tanto pessimista e indelicado com a natureza do homem, mas pode conter um significado muito interessante quando relacionado com o desenvolvimento profissional.

Se acreditarmos que "somos tranquilos e movidos por poucas necessidades", mas se ao mesmo tempo aceitarmos que somos aperfeiçoáveis, devemos considerar que a importância da influência do meio sobre a vida das pessoas pode ser fundamental, até mesmo no estabelecimento das suas ambições.

A busca da própria aceitação pelo meio social a que pertencemos pode gerar um estímulo ao aperfeiçoamento profissional e pessoal, ou pode gerar um desinteresse pelo mesmo tema. Esta é a razão pela qual em algum momento da vida, recomenda-se "sair de casa". Não é apenas o "aprender a se virar", que conta como importante aprendizado. A vida desvinculada dos hábitos familiares e dos antigos amigos cria a possibilidade de refinamento e expansão do modo de pensar e de compreender o mundo.

Serve principalmente para estabelecer novos objetivos e novas ambições na vida, de acordo com o auto-conhecimento da sua capacidade e do seu potencial.

É fato que tal mudança dificulta muitas vezes o retorno ao estilo antigo e pode dificultar a relação com o seu próprio passado, incluindo-se familiares e amigos deixados na terra natal. Muitos filhos de imigrantes já viveram este drama no passado, e ainda hoje muitos estão vivendo-o sendo a "primeira geração universitária da família" nas famílias de classe média no Brasil. Mas o desvínculo, o "corte do cordão umbilical", desenvolve habilidades sociais que muitos não podem adquirir em suas próprias casas.

Uma outra forma que o mesmo problema toma para alguns profissionais, é a sua postura profissional que não corresponde ao seu potencial. Tendo sido formados em famílias sem grandes ambições profissionais, relutam em assumir o seu real potencial e relutam em assumir uma postura mais assertiva. Muitas vezes a dificuldade é o seu próprio cônjuge, particularmente no caso de mulheres profissionais.

É o resultado de um ambiente onde a valorização da auto-estima não existe e não há estímulo para se ter orgulho das suas próprias realizações. Este tipo de ambiente causa sentimento de culpa naqueles que alcançam sucesso profissional e fazem com que o profissional seja incapaz de ter orgulho e desfrutar a sua realização, seja no âmbito profissional, seja no âmbito pessoal.

Além do ambiente familiar, as comunidades étnicas, associações religiosas e associação de afinidades podem também funcionar como "aniquilador de desafios e ambições", levando as pessoas a valorizarem a aceitação nestas comunidades acima da realização do seu potencial profissional e pessoal.

Creio que seja parte da missão das pessoas buscarem o seu próprio desenvolvimento profissional e pessoal, para depois reverterem este aprendizado em benefícios da sua comunidade, contribuindo para o crescimento de todos.

Muita gente pergunta: - Que competências devo adquirir para crescer? Mas talvez devessem perguntar: - Que hábitos devo esquecer para crescer?

Escrito por Yoshio Kawakami
Para contratar este palestrante: (11) 2221-8406 ou

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