Estamos de volta a uma velha questão filosófica? Pode parecer, mas
podemos aproveitar a frase bem conhecida para analizarmos um pouco e
efeito do meio sobre as pessoas, em particular no campo profissional.
Ter
ambições faz parte das premissas de desenvolvimento profissional. Claro
que esta premissa é apenas um ponto de partida e deve ser entendido que
ter ambições não muda em absolutamente nada a vida de um profissional. O
que muda a vida são as ações tomadas em função das ambições.
"O
homem original é uma espécie de animal tranquilo, movido por poucas
necessidades, indiviso, sem coerção e, consequentemente, feliz, ligado
apenas ao presente. Mas permanece "estúpido e limitado". (Pierre
Burgelin no prefácio da obra de Rousseau - O Contrato Social).
A
frase acima soa um tanto pessimista e indelicado com a natureza do
homem, mas pode conter um significado muito interessante quando
relacionado com o desenvolvimento profissional.
Se acreditarmos
que "somos tranquilos e movidos por poucas necessidades", mas se ao
mesmo tempo aceitarmos que somos aperfeiçoáveis, devemos considerar que a
importância da influência do meio sobre a vida das pessoas pode ser
fundamental, até mesmo no estabelecimento das suas ambições.
A
busca da própria aceitação pelo meio social a que pertencemos pode gerar
um estímulo ao aperfeiçoamento profissional e pessoal, ou pode gerar um
desinteresse pelo mesmo tema. Esta é a razão pela qual em algum momento
da vida, recomenda-se "sair de casa". Não é apenas o "aprender a se
virar", que conta como importante aprendizado. A vida desvinculada dos
hábitos familiares e dos antigos amigos cria a possibilidade de
refinamento e expansão do modo de pensar e de compreender o mundo.
Serve
principalmente para estabelecer novos objetivos e novas ambições na
vida, de acordo com o auto-conhecimento da sua capacidade e do seu
potencial.
É fato que tal mudança dificulta muitas vezes o
retorno ao estilo antigo e pode dificultar a relação com o seu próprio
passado, incluindo-se familiares e amigos deixados na terra natal.
Muitos filhos de imigrantes já viveram este drama no passado, e ainda
hoje muitos estão vivendo-o sendo a "primeira geração universitária da
família" nas famílias de classe média no Brasil. Mas o desvínculo, o
"corte do cordão umbilical", desenvolve habilidades sociais que muitos
não podem adquirir em suas próprias casas.
Uma outra forma que o
mesmo problema toma para alguns profissionais, é a sua postura
profissional que não corresponde ao seu potencial. Tendo sido formados
em famílias sem grandes ambições profissionais, relutam em assumir o seu
real potencial e relutam em assumir uma postura mais assertiva. Muitas
vezes a dificuldade é o seu próprio cônjuge, particularmente no caso de
mulheres profissionais.
É o resultado de um ambiente onde a
valorização da auto-estima não existe e não há estímulo para se ter
orgulho das suas próprias realizações. Este tipo de ambiente causa
sentimento de culpa naqueles que alcançam sucesso profissional e fazem
com que o profissional seja incapaz de ter orgulho e desfrutar a sua
realização, seja no âmbito profissional, seja no âmbito pessoal.
Além
do ambiente familiar, as comunidades étnicas, associações religiosas e
associação de afinidades podem também funcionar como "aniquilador de
desafios e ambições", levando as pessoas a valorizarem a aceitação
nestas comunidades acima da realização do seu potencial profissional e
pessoal.
Creio que seja parte da missão das pessoas buscarem o
seu próprio desenvolvimento profissional e pessoal, para depois
reverterem este aprendizado em benefícios da sua comunidade,
contribuindo para o crescimento de todos.
Muita gente pergunta: -
Que competências devo adquirir para crescer? Mas talvez devessem
perguntar: - Que hábitos devo esquecer para crescer?
Escrito por Yoshio Kawakami
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